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Foto do escritorMarcelo Pereira

O sentido da vida em meio ao sofrimento humano

Atualizado: 17 de fev. de 2023

Aprenda como encontrar significado em momentos difíceis.


No primeiro artigo da série, vimos que o sofrimento é uma parte inerente da vida humana, ou seja, inseparável do dia-a-dia do homem. Mas é importante compreender que o sofrimento também pode se tornar uma oportunidade para desenvolver virtudes e encontrar um sentido pela qual ele exista.

Apesar de ser uma pergunta que tem intrigado a humanidade há séculos, a questão do sentido da vida nunca foi tão relevante quanto nos dias de hoje, especialmente em tempos de fortes sofrimentos pela qual a humanidade tem vivenciado nas últimas décadas.


Neste artigo, vamos refletir um pouco mais a fundo, como podemos encontrar um significado ou um propósito em meio ao sofrimento. Mas antes, é importante entender o que de fato é o sentido da vida.


Eu começo por definir que, o sentido da vida é a razão pela qual existimos, o que dá significado e propósito à nossa vida.


No meu livro, “O sentido salvífico do sofrimento humano" na página 112, falo de Viktor Frankl, um célebre psicólogo do século XX e sobrevivente do campo de concentração em Auschwitz, que deixa uma confissão no minimo impressionante ao dizer que só sobreviveu ao terrível regime nazista porque teve muita paciência para encarar ao que ele considerou a maior prova da sua vida.


Muitos judeus acabaram se precipitando as cercas elétricas, por terem entrado em um profundo estado de desespero tal, que o suicídio passou a ser a solução menos dolorosa.


A paciência é a única forma de manter lúcida a esperança. Sem paciência não há esperança, e sem esperança não há sentido sofrer.

Viktor Frankl acreditava que se por algum motivo ele ainda estava vivo até aquele momento é porque algum sentido existia por ter que passar por todo aquele sofrimento. Quando a guerra acabou, os portões do campo de concentração foram abertos. Dos que sobreviveram, muitos se refugiaram no primeiro trem que apareceu, sem qualquer raciocínio, e totalmente assombrados pelo desespero, entraram para o vagão da morte. Tratava-se de uma emboscada e os que impacientemente precipitaram para dentro do trem, foram todos mortos pelos gases asfixiantes deixado pelos oficiais alemães. Como escreve Padre Fábio de Melo: “A salvação costuma chegar no último trem”, assim a vida de Viktor Frankl foi salva por usar da paciência em momento decisivo de sua vida.


Viktor Frankl

Viktor Frankl conta que enquanto caminhava para fora das cercas elétricas, ia a pensar: “valeu a pena esperar e suportar toda aquela provação desumana, valeu à pena não tirar minha vida com minhas próprias mãos, pois essa era a única possibilidade que eu tinha de acreditar que a guerra acabaria e eu veria este momento acontecer”.


Infelizmente todos aqueles que buscaram o primeiro trem não tiveram a mesma dita, e acabaram por beber do cálice da impaciência.


O próprio Frankl observou que no campo de concentração muitos de seus companheiros, atormentados pela dor, fome e sofrimentos, se precipitavam nas cercas elétricas a fim de sucumbir de vez todo aquele sofrimento. Viktor Frankl, por sua vez, via naqueles homens, uma grande ausência de fé, e dizia para ele mesmo: “se estou vivo até agora, é por que minha vida tem um sentido para estar vivo”.

O sofrimento, por pior que seja, sempre pode ter um sentido salvífico se o encararmos com esperança e fé.


Viktor Frankl

Para deixar esse artigo ainda amais prático, quero deixar três dicas que o próprio Viktor Frankl define como três vias pela qual o homem pode encontrar o sentido para a sua vida:

1. O primeiro esta no sentido de fazer ou criar coisas. Há uma realização profunda no interior do homem, que potencializa os seus mais nobres valores em uma obra, excluindo assim, tantas outras coisas que por sua vez se tornam menos importante. Ele fica tão foca- do na sua meta, na sua obra atual, que o sentido de sua vida parece findar na conclusão do seu trabalho em foco.

Quando nos debruçamos sobre uma obra e damos a ela valor e importância, todas as outras coisas acabam por ficar em segundo plano. Dedicamos integralmente o nosso tempo a ela. Até quando vamos dormir, sonhamos involuntariamente o mesmo trabalho. Nossos pensamentos parecem não desvencilhar do assunto. Ficamos parcialmente desapegados ao mundo exterior. Somos capazes de abrir mão até mesmo de um tão sonhado passeio, só porque queremos ver a obra em questão terminada. Isso para dizer que, fazer coisas com sentido pode atribuir sentido ao homem.


2. Ele também vê sentido no âmbito do “sentimento”. Como por exemplo: quando um homem ama uma mulher. Sua vontade, seus pensamentos e escolhas voltam-se quase que integramente à aquela pessoa amada, deixando em segundo plano muitas outras coisas que outrora eram importantes. A pessoa que ama permite que uma outra existência passe a fazer parte de sua vida dando um novo sentido a ela. Neste caso, o amor continua sendo a maior fonte de sentido de sua existência humana.


3. Por fim, na qual julgo ser a mais interessante das vias, é a capacidade que o homem tem em situações trágicas e sem esperança, de ver nisso também, uma oportunidade de encontrar sentido para a sua vida.


Esta capacidade de ver oportunidade em meio a dificuldade é por assim dizer a mais eficaz forma de dar sentido aos nossos sofrimentos.

“Sempre que estivermos diante de uma situação que não podemos modificar, existe ainda a possibilidade de mudar nossa atitude diante da situação, de mudar a nós mesmos, amadurecendo, crescendo além de nós”.


No próximo artigo, vamos dar continuidade a esse tema e descobrir por que é trágico um sofrimento que não descobriu o seu significado.


Espero que tenho lhe ajudado um pouco nessa reflexão e se você gostou desse conteúdo, compartilhe com aqueles que você também deseja fazer essa jornada conosco.


E não esqueça de deixar o seu comentário abaixo e as estrelinhas mais feliz com sua nota.


Referências:

Em busca do sentido, Viktor Frankl e "O sentido salvífico do sofrimento humano"


 

Marcelo Pereira

Autor do livro: O sentido salvífico do sofrimento humano e apresentador do programa “Na Escola do Sofrimento”.





 

Veja também:


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2 Comments

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Guest
Feb 18, 2023
Rated 5 out of 5 stars.

Ansioso pelo próximo 😍

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Guest
Feb 16, 2023
Rated 5 out of 5 stars.

Excelente artigo!😍

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